Vicente Paulo Bisogno

Idade real X idade cronológica


Não é o tempo que deixa a gente velho. Penso nisso quando olho pelo retrovisor da vida, e me dou conta das coisas que já fiz. Parece há mais de cem anos. Outro dia estava lembrando que comecei a gravar os primeiros comerciais para rádio aos 16 anos, num disco fixo, tipo vinil, com uma cobertura de acetato. O grande problema é que não se podia errar, não havia como corrigir, apagar ou deletar. Errar significava perder todo o tempo, inutilizar o material, perder dinheiro e, pior, perder oportunidade de crescimento na profissão. Quando a gente ia para a sala de gravações entrava suando e ao mesmo tempo tendo arrepios, calafrios, dores incontroláveis. Mais angustiado que o cobrador ajeitando a bola para o último pênalti.

 
Imaginem se a vida fosse uma gravação em acetato, sem direito a errar, corrigir, apagar, recomeçar. Muitas vezes é preciso ir deletando a vida, quando fecha um ciclo, quando termina um relacionamento, quando a confiança se transforma em decepção, quando o sonho vira insônia nas madrugadas traiçoeiras da vida.

Nos acostumamos a contar os anos de vida nos limites físicos e materiais da existência. Para quem só enxerga a vida entre o berço e o túmulo, ok , mas para quem entende que há vida antes, durante e depois, as referências são outras. Buda disse certa vez que o maior erro que podemos cometer na vida é pensar que temos tempo.

O tempo é igual para todos, mas a contagem é diferente para cada um. Nós sabemos o dia que chegamos a este mundo, está gravado no Cartório de Registro Civil, mas não sabemos quando a nossa vida realmente começou, porque isso está registrado no Cartório Espiritual.

A vida é muito mais do que deixar a voz gravada num acetato, sem margem alguma para o erro. É um enorme estúdio onde as gravações não são definitivas e todo erro faz parte do um grande processo de evolução. Agora e depois.


Os desafios dos shoppings

Segundo dados do Bank of América divulgados pelo jornal O Estado de São Paulo, 127 lojas fecharam em agosto, um aumento de 11% em relação a julho. Entre as causas atribuídas estão a reestruturação de grupos endividados e reflexos ainda da pandemia, que ocasionou mudança de hábitos do público. A facilidade de compra pelo e-commerce também foi apontado como um fator importante. A coluna fez contato com quatro shoppings locais para saber se este desempenho vem se refletindo na cidade. Três encaminharam informação até o fechamento da edição. A gerência do Shopping Praça Nova informou que 2023 tem sido de ampliações, comemorando 11 novas operações e aguardando outras cinco. A realização de shows nacionais e eventos como o Torresmo Fest tem garantido uma boa frequência de público. O Royal Plaza Shopping registrou a abertura de nove operações até setembro. Até novembro mais oito serão inauguradas, totalizando 17 novas operações, numa ocupação de 97% dos espaços disponíveis. O Monet Plaza Shopping informou que a empresa está trabalhando em um projeto de reposicionamento no mercado atual, mas ainda sem cronograma definido.


RÁPIDO CRESCIMENTO

Em apenas nove meses, o advogado e vereador licenciado Ricardo Lovatto Blattes passou de diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor para a diretoria de Administração e Planejamento do Cade, Conselho Administrativo de Defesa Econômica. A missão do Cade é zelar pela livre concorrência no mercado, sendo responsável por investigar e decidir, em última instância, sobre matéria concorrencial e também fomentar e disseminar a cultura da livre concorrência. Para se ter uma ideia do tamanho do crescimento, no cargo anterior, Blattes comandava uma equipe de 40 pessoas. No Cade, mais de 200 estarão sob seu o comando. O apoio do ministro Paulo Pimenta foi tão importante agora como já havia sido na primeira indicação. Um salto extraordinário.


REPRESENTAÇÃO MANTIDA

Mesmo com o afastamento de Ricardo, Santa Maria continuará representada na Secretaria Nacional do Consumidor. Por convite de Blattes, o cargo de diretor substituto vinha sendo exercido pelo advogado Vitor Hugo do Amaral Ferreira, que, além de professor, exerceu também a função de coordenador do Procon local e de procurador jurídico da Câmara de Vereadores. No cenário nacional, também já ocupou funções relevantes.

DÍVIDA IMPAGÁVEL

Ainda não é possível afirmar quem será o próximo prefeito de Santa Maria. Porém, se depender da profecia do líder atual do governo, o futuro chefe do Executivo herdará uma dívida impagável. Alexandre Vargas disse que a prefeitura vem fazendo o repasse mensal de R$ 8 milhões para pagamento dos aposentados do IPASP-SM, Instituto de Previdência e Assistência à Saúde dos Servidores Públicos de Santa Maria, e “essa bola de neve só vem crescendo cada vez mais”. O vereador declarou que alguma coisa precisa ser feita para estancar esta dívida, mas não sabe o quê. Será que os pré-candidatos sabem?

ESFORÇO CONCENTRADO

Parlamento vai discutir, junto com o governo federal, medidas para excluir o Brasil do “Mapa da Fome”. Depois de ficar fora há cerca de 8 anos, o novo mapeamento mundial mostra que 10 milhões e 100 mil brasileiros estavam até o final do ano passado rotulados como em situação de fome absoluta. E isso justifica a reaproximação de todos os setores e correntes ideológicas para que esta guerra seja vencida.

 
A vida continua, nesta e em outras dimensões!

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